Se, porventura, o sumo-sacerdote, dentro do Santo dos santos, no dia da Expiação, levantasse a tampa da Arca da Aliança para ver as duas tábuas de pedra que continham os Dez Mandamentos, o vaso de ouro que continha o maná e o bordão de Arão que havia florescido – ele veria que aquela arca sagrada era revestida de ouro puro não só por fora, mas também por dentro. (Ex 32:7)
Por ordem de Deus, foi exatamente assim que Bezalel, o superdotado artífice do tabernáculo a fez, como se lê no livro de Exôdo.
Se muitos anos depois, no tempo de Jesus, alguém fosse a casa de algum membro do partido dos fariseus, em Jerusalém, e pedisse um copo d’água e um prato de comida, logo perderia a sede e a fome. Pois o copo e o prato que estavam reluzentes na cristaleira achavam-se limpos por fora e sujos por dentro.
A denúncia não é de nenhum guarda da saúde pública, mas do próprio Jesus Cristo; e a preocupação não é com a limpeza dos copos e pratos, mas com a limpeza do caráter.
Os fariseus eram artífices da hipocrisia, eram sepulcros caiados, “bonitos por fora, mas por dentro cheios de ossos e de todo tipo de imundície”.
Jesus teve muito mais paciência com mulheres de conduta sexual confusa do que com qualquer exibição de virtude ou sentimento inexistente. Ele chegou a amaldiçoar uma figueira por causa de sua aparência enganosa: tudo indicava que a árvore tinha frutos, quando, de fato, nenhum figo foi achado nem colhido (Mc 11:12-14).
O juízo de Deus é muito mais freqüente e severo quando o pecado se chama hipocrisia. O escritor Josué Montello acertou em cheio quando disse que “todos temos duas personalidades: a verdadeira e a social, quem nem sempre rimam uma com a outra”. Quando a rima não acontece, Deus certamente provocará o escândalo necessário, ou no presente momento (o que é muito melhor) ou no juízo vindouro (o que será irreversivelmente trágico).
Foi isso que ele prometeu fazer com Israel na época de Manassés (696 a.C.): “Limparei Jerusalém como se limpa um prato, lavando-o e virando-o de cabeça para baixo”. (2Rs 21:13). Em outra expressão equivalente, Deus ameaça a grande cidade de Nínive: “Vou levantar o seu vestido até a altura do seu rosto. Mostrarei às nações a sua nudez e aos reinos, as suas vergonhas”. (Na 3:5)
O livro de provérbios denuncia a estratégia de ocultar o coração mau com lábios amistosos. Seria como colocar uma camada de esmalte sobre um vaso de barro (Pv 26:23). Não viva de aparência, não viva uma mentira, renuncie isso, não aceite isso. O preço que o Senhor Jesus pagou foi alto de mais, não renuncie seu sangue, seu perdão. Nosso modelo deve ser a Arca da Aliança, revestida de ouro puro tanto por fora como por dentro! Por fora e por dentro.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.
Salmo 139:24
A Deus toda a glória!
Peregrinos
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Por Dentro e por Fora
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