Peregrinos

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Série Peregrinos: Dietrich Bonhoeffer


Dietrich Bonhoeffer (Breslau, 4 de fevereiro de 1906 – Berlim, 9 de abril de 1945) foi um teólogo, pastor luterano, membro da resistência alemã anti-nazista e membro fundador da Igreja Confessante, ala da igreja evangélica contrária à política nazista.
Bonhoeffer envolveu-se na trama da Abwehr para assassinar Hitler. Em março de 1943 foi preso e acabou sendo enforcado, pouco tempo antes do próprio Hitler cometer suicídio.
Nascido em Breslau em 4 de Fevereiro 1906, filho de um psiquistra de classe média alta. Quando jovem decidiu-se seguir a carreira pastoral na Igreja Luterana, doutorou-se em teologia na Unversidade de Berlim e fez um ano de estudos no Union Theological Seminary em Nova York. Retornou a Alemanha em 1931.
Bonhoeffer foi um dos mentores e signatários da Declaração de Bremen, quando em 1934 diversos pastores luteranos e reformados, formaram a Bekennende Kirche, Igreja Confessante, rejeitando desafiadoramente o nazismo: "Jesus Cristo, e não homem algum ou o Estado, é o nosso único Salvador".
Obviamente o movimento foi posto em ilegalidade e em Abril de 1943 foi preso por ajudar judeus a fugirem para a Suíça. Levado de uma prisão para outra, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes que as tropas alidas libertassem o campo, foi enforcado, junto com seu irmão Klaus, e cunhados Hans von Dohnanyi e Rüdiger Schleicher.
Sua obra mais famosa, escrita no período de ascensão do nazismo foi "Discipulado" (Nachfolge) na qual desenvolve a polêmica acerca da teologia graça, fundamento da obra de Lutero. O livro opõe-se a ênfase dada à "justificação pela graça sem obras da lei", afirmando que:
"a graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja. A nossa luta trava-se hoje em torno da graça preciosa que é um tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende tudo que tem (…) o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga suas redes e segue (…) o dom pelo qual se tem que orar, a porta a qual se tem que bater."
Destas linhas já se denota o profundo "fazer teológico poético" que tanto caracteriza a obra de Bonhoeffer.
Quando já estava sendo perseguido pelo nazismo, Bonhoeffer escreveu um tratado considerado por muitos uma das maiores obras primas do protestantismo, que denominou simplesmente "Ética". É nesta obra que ele justifica, em parte, seu engajamento na resistência alemã anti-nazista e seu envolvimento na luta contra Adolf Hitler, dizendo que "É melhor fazer um mal do que ser mau".
Suas cartas da prisão são um exemplo de martírio e também um tesouro para a Teologia Cristã do século XX.

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