Peregrinos

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Será?


Sempre ouço de irmãos em Cristo a seguinte frase após eles terem ido a um culto no domingo ou no meio da semana: “Mas que culto avivado, estou saindo dele totalmente avivada”. A maioria destes irmãos quase nem voltam para a Igreja no próximo dia de culto e costumam dar muito trabalho aos seus Pastores.
Um dia resolvi fazer uma pesquisa na Igreja a qual eu congrego. Tivemos uma festividade, um culto no sábado e outro no domingo. No primeiro culto o Pastor visitante pregou sobre José e adivinha o tema. Se você pensou “Não Desista de Seus Sonhos”, acertou. O culto estava lotado e a principal característica deste Pastor era sua alta voz e a proclamação intensiva de bênçãos para a Igreja. No domingo mais um Pastor visitante, a pregação foi mais serena, tranqüila, expositiva e bíblica. Após terminar a festividade fiz minha pesquisa, mesmo estando claro qual seria a resposta, devido ao comportamento dos membros em cada culto ante á cada pregador.
Após terminar minha pesquisa cuja pergunta foi: “Qual culto o irmão/ã gostou mais?”, primeiro culto era o favorito. No culto de sábado, foram ouvidos muitos “Glória a Deus, Aleluia e Amém”, o pregador foi aplaudido muitas vezes, principalmente quando ele alterava a voz e profetiza ricas bênçãos sobre o povo. Já no domingo, o pregador expôs a mensagem da palavra “Pai”, que Jesus diz no início da oração do Pai Nosso. Por não profetizar e não alterar sua voz, este não foi aplaudido, não escutou muito: Aleluia, Glória a Deus e Amém, e também não obteve muita aprovação dos irmãos da Igreja. A resposta óbvia dos irmãos foi por unanimidade, o culto de sábado – para eles – sem dúvida foi o melhor.
Não vou defender nenhum dos irmãos Pastores, nem vou opinar sobre minha própria pesquisa, mas, o que chama a atenção é que a Igreja de hoje não sabe o significado de um culto avivado e menos ainda, o que seria uma boa pregação. Para a Igreja no Brasil, o culto avivado é aquele em que se encontram os seguintes sinais: Falar em outras línguas (a maior evidência), profecias, revelações e pregadores que pulam, viram cambalhotas e gritam muito.
O problema deste avivamento é que ele é líquido, e não está firmado na rocha e sim na areia pronto a se esvaecer na primeira tempestade. Este tipo de avivamento também se encontra só naquela hora e local, ele não permanece do lado de fora da Igreja.
Tirando por exemplo o avivamento ocorrido no século XVIII, vamos ver quais eram as principais características deste e por que ele perdurou tanto e influenciou uma geração inteira durante muitos anos.
John Wesley fora impáctado em uma viagem a América do Norte quando passou por uma experiência a qual o fez crer que ele ainda não era salvo, ele não tinha uma fé suficiente para provar a si mesmo que era convertido.
Quando conheceu Peter Böhler, um ministro luterano, ele aprendeu que não há graus para fé, ou você a tem ou não. E a fé verdadeira é sempre acompanhada de uma sensação de segurança e evidenciada pela libertação do pecado, do medo e da dúvida, três frutos que estão presentes inseparavelmente na certeza e atestam a verdadeira fé. Qualquer dúvida ou medo, portanto, é sinal de descrença.
Edificado por estas verdades e outras que ele obteve por meio de livros e pessoas que surgiram para auxiliá-lo no seu ministério, Wesley começou a pregar a doutrina da “Salvação Somente Pela Fé”, a verdadeira e autentica fé que o crente não só tem conhecimento, mas, também uma experiência com ela após tela sentindo e dizer com convicção: “Eu sou Salvo! Eu sinto!”.
“Deus é um fogo consumidor; eu sou totalmente um pecador, pronto a ser consumido”, era o que Wesley costumava dizer. Ele sabia que a Igreja tinha que despertar do mero formalismo, despertar da religião exterior e buscar a confirmação interior feita pelo Espírito Santo. Buscar a religião interior que ele definia como: arrependimento, fé e santidade. A primeira era a porta de entrada da religião, a segunda a varanda dela e a terceira, a própria religião.
O avivamento deste século XVIII levou um povo totalmente impuro, perdido na prostituição e alcoolismo, a serem confrontados pela Palavra de Deus – que era pregada nesta época – a viverem em santidade. O avivamento não produz uma mudança momentânea nas pessoas, e não se limita somente em quatros paredes de uma Igreja. O verdadeira avivamento, que marcou este povo no século XVIII, transforma os membros e os leva a viverem de um maneira santa não só dentro da Igreja, mas, também na sociedade em que estão inseridas. A santidade é o maior fruto gerado por este avivamento, pois, este é marcado por joelhos ao chão, quebrantamento, arrependimento e mudança de vida. Esta Igreja, estes membros que se dizem avivados, tem que fazer a diferença no local onde estão. Esta palavra “tem”, não é usada aqui com sentido de obrigação, mas, como algo que acontece por fazer parte deste avivamento que produz sim uma mudança religiosa e social.
Não são gritos, pulos e cambalhotas, ou línguas estranhas que provam que a Igreja está avivada. Mas sim o coração quebrantado, o verdadeiro arrependimento que produz frutos de arrependimento, a luta contra o pecado e o retorno do Senhor Jesus Cristo como Senhor absoluto da Igreja e de nossas vidas.
Analisando este grande acontecimento histórico no Cristianismo – Avivamento – “será” que somos avivados, “será” que os cultos que participamos são avivados, “será” que a Igreja protestante do século XXI é ou está ficando avivada. Será?
O avivamento começará, quando pregarmos a verdadeira Palavra, Jesus, que está nos evangelhos, por que este é poder de Deus para a Salvação de todo aquele que crer (Romanos 1:16). Os sinais que seguem o avivamento não se iniciam exteriormente, mas interiormente, o avivamento começa no coração de cada um tocado pelo o Amor de Deus que é derramado pelo Espírito Santo (Romanos 5:5). Temos que crer não só por que sabemos, mas porque sentimos essa fé, que fez homens e mulheres morrerem pelo Senhor Jesus Cristo, pela Igreja, os tornando assim mais que vencedores por meio dAquele que os amou.

Um comentário:

  1. a igreja nesta geração tem se desfocado do verdadeiro avivamento, como voce disse Tiago

    o centro das atençoes em nossos cultos deve ser Jesus Cristo, o Cordeiro imaculado que foi levado ao matadouro e que nao abriu sua boca p/ amaldiçoar mas que no alto nivel de dor pediu ao Pai que perdoasse, pois nao sabiam o que estavam fazendo...

    Glorias a Deus por esta palavra, mas algo veio em meio coração neste momento em Romanos 12:2 "Não se conformeis com este mundo, mas trnsformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradavel e perfeita vontade de Deus"

    devemos buscar a cada dia mais a presença do Senhor em nossas vidas e em nossas ações, Ele que deve estar governando nossas vidas e nao a nossa vontade!!

    a Ele toda Gloria e toda Honra!!!

    Deus te abençoe cada dia mais, e te unja com o oleo santo.. pois "tudo coopera para o bem daqueles que O amam"

    Deus é fiel
    Jesus é o Rei do Universo!!!

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