Peregrinos

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

John Wesley e a Inglaterra do Século XVIII


A maior utilidade da história consiste em inspirar a geração presente com os fatos heróicos de todos aqueles que contribuíram de modo certo e eficaz para o progresso da humanidade. Para adentrarmos na doutrina da Perfeição Cristã, antes, devemos conhecer quem foi John Wesley, o que o levou a esta doutrina e porque a pregou e viveu dando a ela tamanha ênfase.
John Wesley nasceu em uma Inglaterra totalmente promíscua e libertina. Em um País onde o cristinianismo estava “patético” e aleijado, ele era insípido e não tinha luz. No século XVIII a Inglaterra começou como o País da devassidão moral, da extinção do caráter e da vida digna, o País da inversão de valores.
Um País que quase naufragou na bebida. A Inglaterra do século XVIII navegava no “Gim”. Como Veneza a cidade sob as águas, os britânicos boiavam na bebida alcoólica. Em cada rua havia no mínimo duas tabernas, os ingleses não eram cidadãos livres, estes eram escravos deste vício que fez com que a Inglaterra cheira-se durante muito tempo à bebida.
Com apenas duas moedas podia-se beber a noite inteira e ainda ganhava de brinde palhas, para dormir na rua ou em becos. Pelas ruas de Londres era muito raro encontrar pessoas sãs. Eram consumidos nada mais que 30 milhões de gim por ano.
Até mesmo Voltaire, escritor francês, filósofo e um grande porta-voz do Iluminismo que lutava contra a religião – principalmente a fé cristã – amou a Inglaterra, onde esteve exilado em 1726, com um cristianismo em declínio, prova esta que nem a Igreja – a Anglicana principalmente – fazia diferença no local onde estava inserida. Ela apenas fazia parte da sociedade e aderia muito dos costumes da época.
Os que se encontravam na sociedade inglesa com o parisiense exilado (Voltaire), escutando sua conversa mordaz e com o estudante de Oxford (Wesley), com seu caráter sério, não perceberam estarem na presença de dois homens que iriam sacudir o mundo, ainda que de modo inverso, e cujos trabalhos tão opostos entre si teriam repercussão mundial.
Da nossa parte, julgando suas respectivas obras pelos seus resultados, jamais hesitaríamos em dizer que preferíamos em muito a obra do servo de Jesus à do filósofo. Aquele se esforçou para trazer as almas de volta a Deus; este, para aleijá-las. Um deles trabalhou com o Senhor, e o outro, contra Ele. E, ao passo que cada movimento revela ainda mais o caráter funesto dos escritos de Voltaire, da mesma forma cada dia realça ainda mais a excelência da obra de Wesley.
É neste contexto de postura e ideais, que o Deus Soberano e Senhor da História levanta um homem não somente intelectual, mas espiritual. Não poderia ser diferente o fato de John Wesley ser tão perfeccionista, clínico e metódico já que o mesmo surgiu em meio ao caos. Seu estilo de vida, não somente contrastava o modo de vida de um País, mas, de um continente. Ele não podia ser diferente do que foi para fazer a diferença e exaltar e expandir o Reino de Deus na terra.
Wesley não suportou o ter uma fé somente cognitiva, ele queria senti-la. Não queria somente saber e entender a fé, mas também experimentá-la, testificá-la e defendê-la. Em sua busca quis encontrar o poder da fé viva, onde indivíduos são libertos do pecado interior e exterior pelo amor de Deus derramado em seus corações e livres da dúvida e do temor pelo testemunho interior do Espírito Santo. Não ser preso na cilada do “status” e conhecendo não só o que Cristo fez por nós, mas, o que Ele fez em nós. Ele cria na regeneração e ansiava para ter uma vida regenerada.
Cabe-nos colocar também que Wesley não foi o pioneiro a falar sobre santidade, não começou com ele. Esta doutrina bíblica já vinha sendo estudada e sistematizada – de um modo diferente de como ele viu – pelos pais da Igreja, os quais ele deve muito já que este encontrou grande inspiração nos primeiros teólogos da Igreja Cristã. Um dos livros que o despertou foi “A Imitação de Cristo” de Tomas Kempis, autores como Jeremy Taylor, John Bunyan, Philip Jacob Spenner e Willian Law também o influenciaram muito.
Também é certo que John Wesley deu à doutrina um formato inteiramente novo. A originalidade de Wesley se vê principalmente na forma em que ele situou a verdade da perfeição, no centro da compreensão protestante da fé cristã. Também livrou a doutrina de qualquer noção de mérito e a apresentou completamente como dom da graça de Deus.

Um comentário:

  1. Muito boa esta história. Foi de grande valia. Espero que vc tenha mais delas. Mande para o meu e-mail

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